O inicio da tradição da oferta do Folar na Páscoa perde-se no tempo. Reza a lenda que terá tido o seu inicio com uma moça casadoira que pediu ajuda a S. Catarina para que lhe arranjasse esposo. Tanto rezou que surgiram dois pretendentes, um novo e pobre, outro rico mas velho. Depressa os pretendentes se travaram de razões e perante a luta entre os dois a moça decidiu-se pelo mais novo e pobre. Claro que o rico não gostou e prometeu que se vingaria o que criou receio nos noivos.
A moça então voltou a pedir ajuda a S. Catarina, colocando no seu altar violetas e quando chegou a casa encontrou ali um grande bolo com ovos, junto de flores semelhantes. Inicialmente pensou que tinha sido um presente do noivo mas este também tinha encontrado em sua casa um bolo semelhante e com as mesmas flores. Pensaram então que teria sido o pretendente preterido que lhes tinha enviado os bolos mas este também tinha recebido um idêntico.
Concluíram que este era um sinal da Santa para que se reconciliassem e assim casaram os noivos apadrinhados pelo pretendente rico.
Será pois daqui que ficou a tradição dos afilhados levarem um ramo de flores aos seus padrinhos e estes em troca lhes ofertarem um bolo.
Era normal ver, por alturas da Páscoa, muitas crianças, acompanhadas pelos pais ou sozinhas, com o seu singelo ramo de flores ou já com o bolo, passando pelas nossas ruas e os seus sorrisos e algazarra enchiam de alegria os nossos corações.
Os tempos mudaram e hoje as nossas crianças já quase não andam pelas ruas mas o GEDEPA não quer deixar de recordar esta tradição e assim tem vindo anualmente a fazer esta feirinha do Folar para que os padrinhos ainda possam entregar o Folar, ou pelo menos degustar esta iguaria tradicional, amassada manualmente e cozida nos fornos a lenha da Casa Quinhentista.
Teremos também uma taberna à moda antiga onde poderão provar o dito bolo e o vinho do alqueve.
Esperamos por si.
09 abril 2022
